20 de janeiro de 2012

A VERDADE UNIVERSAL NÃO EXISTE

  Consultei os filósofos, folheei os seus livros, examinei as suas diversas opiniões; achei-os todos orgulhosos, afirmativos, dog­máticos - mesmo no seu pretenso cepticismo -, não ignorando nada, não demonstrando nada, troçando uns dos outros; e esse ponto, que é comum a todos eles, pareceu-me ser o único em que todos concordavam. Triunfantes quando atacam, não têm vigor quando se defendem. Se examinais as suas razões, só as têm pa­ra destruir; se contais os seus caminhos, cada um está limitado ao seu; só se põem de acordo para discutir; prestar-lhes ouvidos não era o meio de me livrar da minha incerteza. Compreendi que a insuficiência do espírito humano é a pri­meira causa dessa prodigiosa diversidade de sentimentos, e que o orgulho é a segunda.

Nós não temos a medida dessa imensa máqui­na, não podemos calcular as suas proporções; não lhe conhecemos nem as primeiras leis nem a causa final; ignoramo-nos a nós mes­mos; não conhecemos nem a nossa natureza nem o nosso princípio activo; mal sabemos se o homem é um ser simples ou composto: mistérios impenetráveis rodeiam-nos por todos os lados; pairam por cima da região sensível; para os compreendermos, supomos ter inteligência, e apenas temos imaginação. Cada um de nós abre­ através desse mundo imaginário - um caminho que supõe ser o bom; nenhum de nós pode saber se o caminho que abriu conduz ao objectivo que tem em mente. Porém, queremos compreender tudo, tudo conhecer. A única coisa que não conseguimos é ignorar o que não conseguimos saber. Preferimos entregar-nos ao acaso, e crer naquilo que não existe, a reconhecer que nenhum de nós pode com­preender o que é. Pequena parte de um grande todo cujos limites não alcançamos, e cujo autor entrega às nossas loucas discussões, somos suficientemente vãos para pretender decidir o que é esse to­do, e o que nós próprios somos, em relação a ele.
Mesmo que os filósofos tivessem a possibilidade de descobrir a verdade, qual, de entre eles, se interessaria por ela? Cada um de­les sabe muito bem que o seu sistema não tem mais fundamentos que os dos outros; mas sustenta-o, porque é seu. Não houve um único que, tendo chegado a distinguir o verdadeiro e o falso, não ti­vesse preferido a mentira que encontrou à verdade descoberta por outro. Onde se encontra o filósofo que, para defender a sua glória, não enganaria cientemente o género humano? Onde se encontra aquele que, no âmago do seu coração, tem outro propósito que não seja o de se distinguir? Contanto que se eleve acima do vulgar, con­tanto que apague o brilho dos seus concorrentes, que mais deseja ele? O essencial é pensar diferentemente dos outros. Para os cren­tes, é um ateu; para os ateus, seria um crente.

Jean-Jacques Rousseau

                                               Krishnamurti e a Verdade



"Sustento que a Verdade é uma terra sem caminhos, e vocês não podem aproximar-se dela por nenhum caminho, por nenhuma religião, por nenhuma seita. Este é meu ponto de vista e eu o sigo absoluta e incondicionalmente... Se compreenderem isso em primeiro lugar, verão que é impossível organizar uma crença. A crença é uma questão puramente individual, e não podemos nem devemos organizá-la. Se assim o fizermos, ela morrerá, ficará cristalizada; tornar-se-á um credo, uma seita, uma religião para ser imposta aos outros. É isso o que todos no mundo inteiro estão tentando fazer! 

A Verdade é confinada e transformada em um brinquedo para os fracos, para os que estão momentaneamente insatisfeitos. A Verdade não pode ser trazida para baixo; é o indivíduo que deve fazer o esforço de ascender até ela. Não podemos trazer o topo da montanha para o vale...

Apesar disso, vocês provavelmente formarão outras Ordens, continuarão a pertencer a outras organizações à procura da Verdade. Caso se crie uma organização com este propósito, ela irá tornar-se uma muleta, uma fraqueza, uma servidão e incapacitará o indivíduo, impedindo-o de crescer, de estabelecer sua unicidade, que jaz na descoberta por si mesmo daquela absoluta, incondicionada Verdade. Não se trata de nenhum feito magnífico, porque não quero seguidores, e é esse o meu propósito. A partir do momento em que seguirmos alguém, cessaremos de seguir a Verdade. Não me preocupo se estão prestando atenção no que estou dizendo ou não.

Quero fazer certa coisa no mundo e vou fazê-la com resoluta concentração. Estou preocupado com uma coisa essencial: libertar o homem. Desejo libertá-lo de todas as prisões, de todos os temores, e não fundar novas religiões, novas seitas nem estabelecer novas teorias e novas filosofias. Diante disso, naturalmente me perguntarão por que percorro o mundo todo, falando continuamente. Vou dizer-lhes por que faço; não porque desejo seguidores, nem porque desejo um grupo especial de discípulos especiais. Não tenho discípulos, nem apóstolos, seja na Terra, seja no reino da espiritualidade. Tampouco é o fascínio do dinheiro, nem o desejo de viver uma vida confortável que me atrai. Se eu quisesse viver confortavelmente, não viria para um acampamento ou viveria num país húmido! Estou falando francamente porque quero deixar isso bem claro de uma vez por todas.
Um jornalista que me entrevistou considerou um acto magnífico a dissolução de uma organização com milhares de seguidores. Ele disse que “Se não terá mais seguidores, não mais o ouvirão”...
Se houver apenas cinco pessoas dispostas a ouvir, a viver, com os rostos voltados para a Eternidade, será suficiente. Que adianta ter milhares que não compreendem, que estão completamente embalsamados em preconceitos, que não querem o novo, que só fazem traduzir o novo para adequar-se a seus próprios eus estéreis e estagnados!

Há dezoito anos vocês vêm preparando-se para este acontecimento, para o advento do Instrutor do Mundo. Por dezoito anos vocês organizaram, procuraram alguém capaz de dar um novo deleite a seus corações e mentes, de transformar suas vidas, de dar-lhes uma nova compreensão; alguém que os elevaria a um novo plano de vida, que lhes daria um novo encorajamento, que os libertaria - e agora, vejam o que está acontecendo! Considerem, pensem consigo mesmos e descubram de que maneira essa crença tornou-os diferentes - não superficialmente diferentes pelo fato de portarem uma insígnia, que é trivial, absurda. De que maneira essa crença afastou para longe todas as coisas não-essenciais da vida? Essa é a única maneira de julgar: de que maneira vocês estão mais livres, maiores, mais desafiadores para a sociedade que se baseia no falso e no não-essencial? De que maneira os membros desta organização tornaram-se melhores?
Vocês dependem para sua espiritualidade de outra pessoa, para sua felicidade, de outra pessoa, para sua iluminação, de outra pessoa... quando digo olhem para dentro de si mesmos para buscar a iluminação, a glória, a purificação e a incorruptibilidade do eu, nenhum de vocês se dispõe a fazê-lo. Devem existir alguns, mas são muito, muito poucos. Vocês se acostumaram a que lhes digam até que ponto avançaram, qual é seu status espiritual. Que infantilidade! Quem mais a não ser vocês próprios poderão dizer se são ou não incorruptíveis?
Mas aqueles que realmente desejam compreender, que estão buscando o eterno, sem princípio nem fim, caminharão juntos com maior intensidade, serão uma ameaça para tudo que não é essencial, para as irrealidades, as sombras... Minha única preocupação é tornar os homens livres, incondicionalmente livres".
 
"O problema, é este: para que o homem possa transformar-se radicalmente, fundamentalmente, torna-se necessária uma mutação nas próprias células cerebrais de sua mente. Dizem-nos que devemos mudar, que devemos agir, que devemos transformar nossa mente, nosso coração, tornar-nos uma coisa totalmente diferente. Isso vem sendo pregado há milhares de anos por homens muito sérios, muito ardorosos, e também por charlatães interessados em explorar o povo. Mas, agora, chegamos ao ponto em que não há mais tempo a perder. Compreendei isto por favor.
*
  *  * 
Essa página é dedicada para aqueles que conseguiram sentir o amor universal, aqueles que ascenderam suas luzes internas douradas, e para aqueles outros que finalmente ascenderam e receberam de volta a iluminação vinda do infinito. Somente aqueles que passaram por tais experiências percebem a grandeza desse acontecimento, e a alegria em saber que existem outros buscando por essa realidade. Esse ascender transforma nossa essência, e a vida passa a ser maravilhosa.
Mas como disse Krishnamurti, esses são muito, muito poucos.

Essa possibilidade foi reprimida, ocultada das pessoas, por isso muitos ignoram essas possibilidades como possível de acontecer com elas, e o mundo está como está.
Porém, estamos percebendo uma mudança agindo cautelosa em vários lugares, e em breve todos poderão enxergar esses acontecimentos.
Paz, Luz.

A Harpa Sagrada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Seguidores

MAIS INFORMAÇÕES


“O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo.

O que for o teu desejo, assim será tua vontade.

O que for a tua vontade, assim serão teus atos.

O que forem teus atos, assim será teu destino.”

Brihadaranyaka Upanishad

Transforme-se em ti mesmo e descubra quem você é.

Transforme-se em ti mesmo e descubra quem você é.
Seja LUZ !!!

DEIXE A TUA LUZ BRILHAR

DEIXE A TUA LUZ BRILHAR
Desperte para a regeneração da alma e do próprio corpo físico, começando por se desintoxicar daquilo que desequilibra a tua saúde física. Depure e purifique teus pensamentos, olhando mais para o Sol da verdade, do que para as nuvens da ignorância. Quem se faz luz não teme a escuridão, nem nevoeiros passageiros. Sabe que tudo que não for essencialmente divino, passa e se transmuta. Sendo assim, transmute-se!