24 de novembro de 2014

MÚSICA, NEUROCIÊNCIA E DESENVOLVIMENTO HUMANO

As crianças, de maneira geral, expressam as emoções mais facilmente pela música do que pelas palavras. Neste sentido, o estudo da música pode ser uma ferramenta única para ampliação do desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças, incluindo aquelas com transtornos ou disfunções do neurodesenvolvimento como o déficit de atenção e a dislexia. A música não apenas é processada no cérebro, mas afeta seu funcionamento: a experiência musical modifica estruturalmente o cérebro. Ciência e arte compartilham o dinamismo do desenvolvimento, que não é um estado, mas um processo permanente de aprendizagem e busca de equilíbrio e abrange a capacidade de conhecer, conviver, crescer e humanizar-se com as várias dimensões da vida.” 

Na última década, houve uma grande expansão nos conhecimentos das bases neurobiológicas do processamento da música devido, em parte, às novas tecnologias de neuroimagem. Tais técnicas permitem revelar em tempo real como océrebro processa, dá sentido e emoção à impalpabilidade de sons organizados e silêncios articulados.

O processamento musical envolve uma ampla gama de áreas cerebrais relacionadas à percepção de alturas, timbres, ritmos, à decodificação métrica, melódico-hamônica, à gestualidade implícita e modulação do sistema de prazer e recompensa que acompanham nossas reações psíquicas e corporais à música. De que maneira o cérebro sincroniza durações, agrupa e cria distinções entre sons e timbres, reconhece consonância e dissonâncias, programa movimentos precisos na execução instrumental e leitura, armazena e evoca melodias familiares e ritmos?

Como tais processos modulares integram percepções múltiplas em uma experiência singular, essencialmente emocional que seduz e direciona ao mesmo tempo nossos sentidos, nosso corpo e cognição. Entender o cérebro musical pode elucidar aspectos fundamentais da mente humana, da emergência da consciência a partir da emoção, da percepção implícita à consciência autorreflexiva. Se por um lado, a neurociência tradicionalmente lida com a objetividade dos dados e sinais que cartografam o funcionamento cerebral, por outro, a música não pode ser entendida sem levarmos em conta a subjetividade, o envolvimento lúdico e a transitividade que caracterizam a arte.

Ciência e arte compartilham o dinamismo do desenvolvimento, que não é um estado, mas um processo permanente de aprendizagem e busca de equilíbrio e abrange a capacidade de conhecer, conviver, crescer e humanizar-se com as várias dimensões da vida.

Processamento Musical


A atividade musical mobiliza amplas áreas cerebrais, tanto as filogeneticamente mais novas (neocórtex) como os sistemas mais antigos e primitivos como o chamado cérebro reptiliano que envolve o cerebelo, áreas do tronco cerebral e a amígdala cerebral. As vibrações sonoras, resultantes do deslocamento de moléculas de ar, provocam distintos movimentos nas células ciliares (receptoras) localizadas no ouvido interno e são transmitidas para centros do tronco cerebral.

A frequência de vibração dos sons tem uma correspondência com a localização das células ciliadas do ouvido interno e a intensidade dos sons está diretamente relacionada ao número de fibras que entram em ação. Quanto mais intenso o som, mais fibras entram em ação.

Existe uma relação entre a localização da célula sensorial na cóclea e a frequência de vibração dos sons. A frequência que mais excita uma célula sensorial muda sistematicamente de alta (sons agudos) para baixa frequência (sons graves). Assim, os estímulos sonoros nas chamadas células ciliares são levados pelo nervo auditivo de maneira organizada ao córtex auditivo (lobo temporal).

O primeiro estágio, a senso-percepção musical, se dá nas áreas de projeção localizadas no lobo temporal no chamado córtex auditivo ou área auditiva primária responsável pela decodificação da altura, timbre, contorno e ritmo. Tal área conecta-se com o restante do cérebro em circuitos de ida e volta, com áreas da memória como o hipocampo que reconhece a familiaridade dos elementos temáticos e rítmicos, bem como com as áreas de regulação motora e emocional como o cerebelo e a amígdala (que atribuem um valor emocional à experiência sonora) e um pequeno núcleo de substância cinzenta (núcleo acumbens) relacionado ao sentido de prazer e recompensa. Enquanto as áreas temporais do cérebro são aquelas que recebem e processam os sons, algumas áreas específicas do lobo frontal são responsáveis pela decodificação da estrutura e ordem temporal, isto é, do comportamento musical mais planejado.

Há uma especialização hemisférica para a música no sentido do predomínio do lado direito para a discriminação da direção das alturas (contorno melódico), do conteúdo emocional da música e dos timbres (nas áreas temporais e frontais) enquanto o ritmo e duração e a métrica, a discriminação da tonalidade se dá predominantemente no lado esquerdo do cérebro. O hemisfério cerebral esquerdo também analisa os parâmetros de ritmo e altura interagindo diretamente com as áreas da linguagem, que identificam a sintaxe musical.

A música não apenas é processada no cérebro, mas afeta seu funcionamento. As alterações fisiológicas com a exposição à música são múltiplas e vão desde a modulação neurovegetativa dos padrões de variabilidade dos ritmos endógenos da frequência cardíaca, dos ritmos respiratórios, dos ritmos elétricos cerebrais, dos ciclos circadianos de sono-vigília, até a produção de vários neurotransmissores ligados à recompensa e ao prazer e ao sistema de neuromodulação da dor.

Treinamento musical e exposição prolongada à música considerada prazerosa aumentam a produção de neurotrofinas produzidas em nosso cérebro em situações de desafio, podendo determinar não só aumento da sobrevivência de neurônios como mudanças de padrões de conectividade na chamada plasticidade cerebral.
Música e Plasticidade Cerebral

A experiência musical modifica estruturalmente o cérebro. Pessoas sem treino musical processam melodias preferencialmente no hemisfério cerebral direito, enquanto nos músicos, há uma transferência para o hemisfério cerebral esquerdo.

O treino musical também aumenta o tamanho, a conectividade (maior número de sinapses-contatos entre os neurônios) de várias áreas cerebrais como o corpo caloso (que une um lado a outro do cérebro), o cerebelo e o córtex motor (envolvido com a execução de instrumentos). Ativação maior de áreas do hemisfério cerebral esquerdo pode potencializar não só as funções musicais, mas também as funções lingüísticas, que são sediadas neste mesmo lado do cérebro.

Vários circuitos neuronais são ativados pela música, uma vez que o aprendizado musical requer habilidades multimodais que envolvem a percepção de estímulos simultâneos e a integração de varias funções cognitivas como a atenção, a memória e das áreas de associação sensorial e corporal, envolvidas tanto na linguagem corporal quanto simbólica.

As crianças, de maneira geral, expressam as emoções mais facilmente pela música do que pelas palavras. Neste sentido, o estudo da música pode ser uma ferramenta única para ampliação do desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças, incluindo aquelas com transtornos ou disfunções do neurodesenvolvimento como o déficit de atenção e a dislexia.
Estimulando o Cérebro Musical

O uso da música para fins terapêuticos data de tempos ancestrais e apoia-se na capacidade da música de evocar e estimular uma série de reações fisiológicas que fazem a ligação direta entre o cérebro emocional e o cérebro executivo.

A música estimula a flexibilidade mental, a coesão social fortalecendo vínculos e compartilhamento de emoções que nos fazem perceber que o outro faz parte do nosso sistema de referência.

Vários estudos revelam efeitos clínicos da música na precisão dos movimentos da marcha, no controle postural, facilitando a expressão de estados afetivos e comportamentais em indivíduos com depressão e ansiedade. Tais efeitos positivos da música têm sido observados em transtornos do desenvolvimento como o déficit de atenção, a dislexia, na doença de Parkinson, na doença de Alzheimer ou em doentes com espasticidade, nos quais a reabilitação com música ou estímulos a ela relacionados como dança, ritmos ou jogos musicais potencializam as técnicas de reabilitação física e cognitiva.

A inteligência musical é um traço compartilhado e mutável que pode estar presente em grau até acentuado mesmo em crianças com deficiência intelectual. Crianças com síndrome de Willians, um tipo de doença genética, apresentam deficiência intelectual e habilidades de percepção, de identificação, classificação de diferentes sons e de nuances de andamento, mudança de tonalidade, muitas vezes, extraordinárias.

O período do neurodesenvolvimento mais sensível para o desenvolvimento de habilidades musicais se dá nos primeiros 8 anos de vida. Estudos com potenciais evocados mostram que bebês já nos primeiros 3 meses de vida apresentam várias competências musicais para reconhecer o contorno melódico, diferenciam consonâncias e dissonâncias e mudanças rítmicas. A exposição precoce à música além de facilitar a emergência de talentos ocultos, contribui para a construção de um cérebro biologicamente mais conectado, fluido, emocionalmente competente e criativo.

Crianças em ambientes sensorialmente enriquecedores apresentam respostas fisiológicas mais amplas, maior atividade das áreas associativas cerebrais, maior grau de neurogênese (formação de novos neurônios em área importante para a memória como o hipocampo) e diminuição da perda neuronal (apoptose funcional).

A educação musical favorece a ativação dos chamados neurônios em espelho, localizados em áreas frontais e parietais do cérebro, e essenciais para a chamada cognição social humana, um conjunto de processos cognitivos e emocionais responsáveis pelas funções de empatia, ressonância afetiva e compreensão de ambigüidades na linguagem verbal e não verbal.

O avanço das correlações da música com a função cerebral exige cada vez mais, um trabalho multidisciplinar (músicos, neurologistas, educadores musicais) que dê acesso à multiplicidade de experiências musicais, lúdicas, criativas, prazerosas, na análise do impacto da música no neurodesenvolvimento. Este alcance poderá significar um resgate do sentido integrado da arte, educação e ciência e um novo status para invenção e criatividade, pois nas palavras de Drummond, o problema não é inventar, é ser inventado, hora após hora e nunca ficar pronta nossa edição convincente.

Referência

11 de novembro de 2014

JUNG E OS SÍMBOLOS

Caderno de artes da UNISANTA tema: simbolismo

Quando perguntavam a Michelangelo como ele conseguiu imprimir tanta beleza em sua escultura, ele respondia que não havia feito nada além de apenas retirar o excesso, pois a beleza estava no interior do mármore.

Carl Gustav Jung, afirmava que a beleza do ser humano se encontra em sua essência, em sua totalidade, que consiste em uma bem sucedida união do ego, ligado a nossa mente consciente e do self que é a pedra filosofal, o centro que compreende a expressão mais completa do ser humano, os dois se completam, mas ambos devem preservar suas qualidades intrínsecas, pois ao ser subjugado pelo self, o ego permanece rígido em um nível primitivo exprimindo-se somente por meio de símbolos arcaicos.

A persona é o sistema de adaptação ou a maneira que se dá a comunicação com mundo, é a atitude consciente do indivíduo, a máscara que usa perante os outros. Conceito definido para descrever uma falsa imagem global e esquemática que a pessoa utiliza em seu meio e do efeito que este exerceu sobre ela; cabe ressaltar, porém que os conteúdos desta imagem pertencem ao ser humano. É como nos comunicamos no social.
A tarefa da individuação é obter o todo, uma unidade indivisível através da união entre o consciente e inconsciente utilizando como ponte os símbolos e a fantasia ativa.

......”A vida sempre me pareceu uma planta, que vive de sua raiz. Sua verdadeira vida é invisível, escondida na raiz. A parte que desponta acima do solo dura somente um único verão. Depois fenece .... uma efêmera aparição.....”Carl Gustav Jung

Para Jung plasticidade e versatilidade estavam ligadas a vida. As metamorfoses que ocorrem em sua essência é que fazem o ser humano imortal. Assim como sinto a presença dele (Jung) ainda viva em nossos tempos.

Conhecer-se significa familiarizar-se com um vasto número de representações psíquicas de contextos geográficos, históricos e culturais, ou seja, o indivíduo constitui-se psicologicamente uma unidade separada e ao mesmo tempo unida à humanidade toda.

A consciência conta com vários focos possíveis de subjetivação, do ponto de vista da energia diferentes funções traduzem o movimento predominante da libido; baseado no esquema da “bússola” da psique, ele divide o indivíduo em pólos. Para orientar-nos necessitamos de uma função que constate “QUE ALGO É “ - Sensação, uma Segunda função que estabeleça “O QUE É“ – Pensamento, uma terceira “QUE DECIDA” se isso nos convém ou não, e se desejamos aceitá-lo ou não - Sentimento e uma Quarta função que indique de “ONDE PROVÉM E PARA ONDE VAI” – Intuição.

Fantasia ativa que representa a unidade de vários pares de opostos: Introversão/extroversão, o sentimento/pensamento e a intuição/sensação.

A princípio Jung relacionou introversão com o ser pensante e extroversão com o ser sentimental, modificando esta posição ao perceber que as civilizações ocidentais favoreciam o extrovertido em detrimento do introvertido. Em sua conclusão estas tipologias ganharam um novo enfoque: Extrovertidos - possuem fascinação pelo mundo exterior, interesse por pessoas, preocupação com o presente, suas decisões são comandadas pelos fatos e não por valores subjetivos enquanto os Introvertidos - possuem preocupação com o mundo interior, em planejar o futuro, e interesse nas leis que regem o mundo; natureza refletida que o impele a hesitar excessivamente antes de agir , dificultando sua adaptação ao mundo exterior. Na verdade a busca é sempre da união dos pólos e ao mesmo tempo sua conservação, interligando os tempos: Passado, Presente e Futuro, pois um não existe sem o outro; fica sem consistência.

Ciência é uma função do intelecto e todas as demais funções psicológicas estão a ele subordinadas como objetos. O intelecto é soberano do reino científico, mas ficar preso ao conhecimento científico significa reduzir pouco a pouco a qualidade à quantidade o concreto ao abstrato e esvaziar a realidade de todo conteúdo, de toda espontaneidade. A “ciência intelecto” é uma ferramenta essencial para o objetivo da psicologia analítica, porém só pode ser útil com ética.

A verdadeira educação está vinculada a ativação da alma, a viver com arte, que exige o ser completo, inteiro, toda sua qualidade humana. O pensamento, a mania de saber, tão característica da nossa cultura, já está inscrita na figura mitológica de Édipo, pois para decifrar o enigma da esfinge é necessário ultrapassar a razão e seguir a força do inconsciente e enfrentar os nossos temores à eles, sair do pensamento lógico e partir para as metáforas, símbolos, imagens; como fazem as crianças, livres conseguem muitas vezes surpreender os adultos com suas soluções até lógicas mediante suas brincadeiras e descontração. Para Jung a sabedoria só tem validade a medida em que conseguimos aplicá-la em toda sua plenitude.

Convivemos com enigmas da Esfinge a todo o momento, mas por alguma razão nos recusamos a ir de encontro com o desconhecido, nos prendemos aos padrões, esquecendo-nos de que somos nós os produtores do que nos rodeia, ou seja, seres questionadores e interpretadores de símbolos
A criação de algo novo não é realizada pelo intelecto, mas pelo instinto lúdico, agindo por necessidade intrínseca. A mente criativa joga com o objeto que ama.

...”Mas o que pode o homem criar se por acaso não for poeta? Se você não tiver absolutamente nada para criar, então talvez crie a si próprio”. Carl Gustav Jung

Jung valorizava a arte, o criativo, o lúdico, as imagens, observava as fantasias como partes integrante de suas influência no presente. A fantasia é a grande chave mestra de nossa psique, que representa a força vital de nosso organismo. É por meio da fantasia que o ser consegue ampliar os horizontes e se comunicar com o mundo de forma irrestrita, pois os símbolos dão vida as imagens, fazendo uma união entre as realidades psíquica e consciente.

No período que estava com Freud, Jung começou a desenvolver um estudo sobre grupos de conteúdos psíquicos, que desvinculados da consciência passavam para o inconsciente onde continuavam, em uma existência relativamente autônoma tendo influência sobre a conduta. Observando a similaridade entre os sonhos dos indivíduos Jung descobriu que existia uma área em nossa psique onde estariam estes elementos como: figuras, símbolos e conteúdos de caráter universal que denominou arquétipos.

Os arquétipos derivam também da observação reiterada de que os mitos e os contos da literatura universal encerram temas bem definidos que reaparecem sempre e por toda a parte. São formas sem conteúdo próprio que servem para canalizar o material psicológico, formas universais de pensar carregada de tons afetivos; apreensão intuitiva, à imagem do instinto, o que permite a ação e possibilita a vivência de novas situações, centros de energias psíquica, encontrado, com muitas variantes no campo da mitologia e da religião comparada, e forma a base de numerosas representações coletivas. Podem estar ligados a nascimento, morte, poder e submissão.

Inconsciente Coletivo é a matriz de todas as produções culturais, depósito de experiências ancestrais acumuladas por milhões de anos, ecos de acontecimento desde os primórdios dos tempos enriquecido a cada século. É como ar, que é o mesmo em todo lugar, é respirado por todos e não pertence a ninguém. Na medida que é atemporal nos faz renascer e o renascimento trás um sentimento de eternidade e imortalidade.

Os arquétipos e os instintos constituem o inconsciente coletivo que ao contrário do inconsciente pessoal não é constituído de conteúdos individuais, que não se repetem, mas de conteúdos que são universais e aparecem regularmente; constituem como que uma condição ou base da psique em si mesma, condição onipresente, idêntica a si própria em toda parte.

Sincronicidade é um termo criado por Jung, que exprime uma coincidência significativa ou uma correspondência; quando um acontecimento psíquico e um acontecimento físico não ligados por uma relação causal. Tais fenômenos de sincronicidade aparecem quando fenômenos interiores (sonhos, visões, premonições) parecem ter uma correspondência na realidade exterior. A imagem interior ou a premonição mostrou-se verdadeira, porém existem também idéias análogas ou idênticas que ocorrem em lugares diferentes, sem a causalidade que possa explicar e outras manifestações. Ambas parecem ter relações com processos arquetípicos do inconsciente coletivo.

...” O sonho é uma porta estreita, dissimulada naquilo que alma tem de mais obscuro e íntimo; essa porta se abre para a noite cósmica original, que continha a alma muito antes da consciência do Eu e que a perpetuará muito além daquilo que a consciência individual poderá atingir. ...” Jung

Através do sonho pode-se penetrar na parte mais profunda, mais verdadeira, onde o universo está unificado . É a expressão mais espontânea da existência do ser humano.

Sombra personifica o que o indivíduo recusa a conhecer ou a admitir, e que, no entanto sempre se impõe a ele, direta ou indiretamente. É a soma de todos os elementos psíquicos pessoais e coletivos que, incompatíveis com a forma de vida conscientemente escolhida, não foram vividas formando uma personalidade autônoma, com tendência opostas às do consciente.

Jung fortaleceu nossa ambivalência com o conceito - Anima/Animus – Personificação da natureza feminina do inconsciente do homem (anima) e da natureza masculina do inconsciente da mulher ( animus), é o amor em relação ao sexo oposto para integrar os conteúdos da figura. Também possuem um aspecto positivo e negativo. O anima do homem procura unir e juntar, engendra sentimentos espontâneos o animus na mulher procura diferenciar e reconhecer.

Não poderia deixar de falar na Mandala – círculo mágico, na obra de Jung, símbolo do centro e do si-mesmo, enquanto totalidade psíquica; auto-representação de um processo psíquico de centralização da personalidade, produção de um centro novo desta última. A mandala exprime-se, simbolicamente, por um círculo, um quadrado ou um quatérnico, num dispositivo simétrico do número quatro e de seus múltiplos.

Na ioga tântrica, a mandala é um instrumento de contemplação (iantra), lugar de nascimento dos deuses. O arquétipo em situação de perturbação constela como compensação, representa um esquema ordenador que vem, de algum modo colocar-se acima do caos psíquico, como um círculo dividido em quatro partes iguais, ajudando cada conteúdo a encontrar seu lugar e contribuindo para manter a coesão. Existem inclusive danças folclóricas, em que há uma representação da mandala: em que há uma roda que se movimenta em torno de um ponto central, um afastamento em direção a quatro pontos, e um retorno ao centro, utilizadas também para harmonização, e equilíbrio.

Jung desvendou o ser humano, ou melhor abordou de forma fascinante o ser humano em sua completa totalidade. Somos a busca do inconsciente e da realidade objetiva, do radical ao flexível, do poder à submissão, da dureza a fragilidade. Enfim o ser humano inteiro em constante metamorfose de sua essência.

O criador ativo participante do movimento cósmico do universo, compartilhando desejos coletivos compatibilizados com seus desejos reais e concretos. O ser atuante que movimenta e é lançado ao mundo, condutor de sua estrada em direção ao encontro de sua existência e do significado.

*Oleni de Oliveira Lobo é psicóloga com especialização em Psicodrama Terapêutico, pós-graduada em Gestão da Qualidade, consultora em recursos Humanos e professora da Faculdade de Comunicação da Universidade Santa Cecília (UNISANTA). Realiza implantação dos Recursos humanos nas organizações, ministra treinamentos de qualificação atendimento, criatividade, desenvolvimento liderança , 5 ´s um passo a qualidade total e outros.

Referência
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Fordham, Frieda – Introdução à Psicologia de Jung – Editora Edusp - 1961

Jung, C.G. – Aion –Estudos sobre o Simbolismo do Si-Mesmo - Editora Vozes – 1982

Jung, C.G. – Psicologia do Inconsciente – o Eu e o Inconsciente – Editora Vozes - 1978

Jung, C.G. – Psicologia e Religão – Editora Vozes - 1978

Maroni, Amnéris – Jung : O poeta da Alma –Editora summus – SP , 1998
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