31 de maio de 2014

A TEOSOFIA DE ALBERT EINSTEIN

Influenciado pela filosofia de Helena Blavatsky, Einstein foi um pioneiro da cidadania planetária

Albert Einstein não foi apenas um gênio da física moderna, mas também um profeta do futuro. Foi um pioneiro, um precursor. Rompeu rotinas culturais para antecipar com clareza o surgimento de uma civilização global e fraterna.

Nascido na Alemanha em 14 de março de 1879, a atividade científica de Einstein é bem conhecida: todos sabem que, a partir de 1905, ele começou a formular a teoria da relatividade. Mas, por algum motivo, sua filosofia cósmica da vida foi sistematicamente ignorada. Foram igualmente jogadas ao esquecimento a sua luta por uma sociedade solidária e as suas propostas de desarmamento global, de dissolução dos exércitos e de eliminação gradual das fronteiras nacionais.
(...)

Grande alma, pensador maduro, Einstein escrevia para gente de todas as religiões e filosofias. Falava sempre do essencial e evitava envolver-se desnecessariamente com formas externas. Seu grande tema foi a atitude do homem diante de si mesmo e do cosmo.

“O mistério da vida me causa a mais forte emoção”, escreveu. “É o mesmo sentimento que desperta a beleza e a verdade, cria a arte e a ciência. Se alguém não conhece esta sensação, ou se não pode mais experimentar assombro ou surpresa, já é um morto-vivo, e seus olhos se cegaram. A realidade secreta do mistério que constitui a religião é, também, aureolada de temor. Por isso os homens reconhecem algo de impenetrável às suas inteligências, mas eles conhecem as manifestações externas desta ordem suprema e da Beleza inalterável. Os homens se confessam limitados, e seu espírito não pode apreender esta perfeição. E este conhecimento e esta confissão tomam o nome de religião. Deste modo, mas somente deste modo, sou profundamente religioso. (...) Não me canso de contemplar o mistério da eternidade da vida.” [1]

Einstein sabia apreciar o melhor das filosofias e religiões terrestres, mas estava voltado para o cosmo infinito.

NOTAS:

[1] “Como Vejo o Mundo”, Albert Einstein, Ed. Nova Fronteira, 12ª edição, RJ, 214 pp., 1981 , ver pp. 12-13

* Reproduzido do texto "A TEOSOFIA DE ALBERT EINSTEIN" de Carlos Cardoso Aveline

Referência

[Imagem: Rob Gonsalves]

30 de maio de 2014

O SOM - CORTÉS VISUAL PROCESSA INFORMAÇÕES AUDITIVAS TAMBÉM

Universidade de Glasgow cientistas que estudam processo cerebral envolvido em vista descobriram que o córtex visual também usa informações obtidas a partir dos ouvidos quando vê o mundo.

Eles sugerem que esta entrada auditiva permite que o sistema visual prevêem informações de entrada e podem conferir uma vantagem de sobrevivência.

"Sons criam imagens visuais, imagens mentais, e as projeções automáticas", disse o professor Lars Muckli, da Universidade do Instituto de Neurociência e Psicologia, em Glasgow, que liderou a pesquisa. "Por exemplo, se você estiver em uma rua e você ouve o som de uma moto se aproximando, você espera ver uma moto que vem ao virar da esquina."

O estudo, publicado na revista Current Biology (acesso aberto), envolveu a realização de cinco experimentos diferentes, utilizando ressonância magnética funcional (fMRI) para examinar a atividade no córtex visual no início de 10 indivíduos voluntários.

Em um experimento eles pediram aos voluntários vendados para ouvir três sons diferentes: Canto de passarinho, ruído de tráfego e uma multidão falar. Usando um algoritmo especial que pode identificar padrões únicos na atividade cerebral, os pesquisadores foram capazes de discriminar entre os diferentes sons sendo processados ​​em atividade córtex visual precoce.

Um segundo experimento revelou que até mesmo imaginadas imagens, na ausência de ambos imagem e som, evocou a atividade no córtex visual precoce.

"Esta pesquisa reforça o nosso entendimento básico de como diferentes regiões do cérebro estão interconectadas ", disse Muckli. "O córtex visual inicial mesmo que não tenha sido previamente conhecido para processar a informação auditiva, e enquanto há alguma evidência anatômica de interconexão em macacos, nosso estudo é o primeiro a mostrar claramente uma relação em humanos.

"Isso pode fornecer insights sobre as condições de saúde mental, como esquizofrenia ou autismo e nos ajudar a entender como as percepções sensoriais são diferentes nestes indivíduos."

O projeto faz parte de um estudo de cinco anos, financiado por um € 1.5m Conselho Europeu de Investigação concessão consolidador e do Conselho de Pesquisa de Biotecnologia e Ciências Biológicas.

Resumo da Current Biology papel
Córtex visual precoce recebe entrada nonretinal transporte de informações abstrato
Ambos percepção auditiva e imagens geram entrada de cima para baixo consistente
O feedback de informação pode ser mediada por áreas multissensoriais
O feedback é robusta para atencional, mas não visuospatial, manipulação

Córtex visual precoce humano foi tradicionalmente pensado para processar recursos visuais simples, como orientação, o contraste e a freqüência espacial através da entrada de feedforward do núcleo geniculado lateral (por exemplo, [1]). No entanto, o papel da influência nonretinal no córtex visual precoce é até agora insuficientemente investigada, apesar de muitas evidências de que as conexões de feedback superam muito as conexões feedforward [2-5]. Aqui, nós exploramos em cinco experimentos de fMRI como a informação proveniente de audição e imagens afeta os padrões de atividade cerebral no córtex visual precoce na ausência de qualquer estímulo visual feedforward. Mostramos que informações específicas de categoria a partir de ambos os sons naturais complexos e imagens podem ser lidos a partir de atividade do córtex visual precoce participantes vendados. A codificação das informações nonretinal nos padrões de córtex visual precoce de atividade é comum em toda percepção auditiva real e imaginário e pode ser mediada por áreas multissensoriais de nível superior. Além disso, essa codificação é robusto a manipulações suaves de atenção e memória de trabalho, mas afetados por ortogonal, processamento visuo-espacial cognitivamente exigente. Fundamentalmente, as informações alimentadas até córtex visual precoce é categoria específica e generaliza a soar exemplares da mesma categoria, fornecendo evidências para abstrato feedback de informação, em vez de um feedback pictórica preciso. Nossos resultados sugerem que o córtex visual precoce recebe entrada nonretinal de outras áreas do cérebro quando ela é gerada pela percepção e / ou imagens auditivas, sendo esta entrada traz informações abstrato comum. Nossos resultados são compatíveis com o feedback de informações de previsão para o mais antigo visual de nível de entrada (por exemplo, [6]), em linha com os modelos de codificação preditiv.

Referência

29 de maio de 2014

FÍSICO DIZ QUE ESTAMOS MORTOS E VIVOS

 Resposta está na mecânica quântica

Julian Barbour trabalhou sozinho na maior parte de sua teoria, algumas vezes em colaboração com Bruno Bertotti, físico italiano e ex aluno de Erwin Schrodinger, um dos maiores físicos da atualidade. "Eu era prisioneiro desta pergunta: o que é o tempo?", ele diz. "As teorias de Newton e Einstein contêm verdades maravilhosas, mas não abordam diretamente essa questão." A chave está no mundo estranho e complexo da mecânica quântica, uma idéia que tem origem no pensamento de Max Planck, físico alemão, em 1990.

No mundo de Newton, quando a gente chuta uma bola de futebol, podemos prever a velocidade e a direção em que ela vai se mover. Quando ela para, sabemos exatamente onde ela está. Essas observações parecem evidentes por si. Mas na mecânica quântica, o mundo é virado de cabeça para baixo.

Há partículas subatômicas que não respondem a princípios tradicionais. Elas agem sem qualquer espécie de previsibilidade. Mais do que isso, elas têm a capacidade de existir em dois lugares diferentes ao mesmo tempo. As distâncias podem ser enormes. Nesse sentido, distância também é tempo. Se essas partículas não têm nenhum respeito pela distância, então não têm também qualquer respeito pelo tempo. Barbour acredita que elas existam em um mundo que não tem tempo.

Na teoria de Barbour, o mesmo fenômeno vale para tudo, não apenas para partículas subatômicas. De acordo com ele, cada instante em uma vida é como uma fotografia, uma imagem singular. Newton e Einstein concordam que essas fotos estejam unidas pelo tempo: elas passam como um filme. Mas Barbour propõe que isso é uma ilusão. Na realidade, essas fotos todas coexistem ao mesmo tempo. Dessa maneira, todos estamos vivos e mortos ao mesmo tempo.

16 de maio de 2014

NOVAS CONEXÕES CEREBRAIS

Na maioria das pessoas, o lado esquerdo de cérebro processa os estímulos
do lado direito do corpo; e vice-versa (Imagem: Sxc.hu).
Publicado em 12/05/2014. Atualizado em 13/05/2014.

Neurocientistas brasileiros esclarecem antigo paradoxo que, há décadas, intrigava a comunidade científica. Em descoberta inédita, eles identificaram duas novas vias de comunicação entre os dois hemisférios do cérebro.

Imagine-se como ‘cobaia’ de um experimento neuropsicológico. Sem pânico – ninguém abrirá seu cérebro nem implantará eletrodos em seus miolos.

O teste é deveras simples: por debaixo de uma mesa, sem que você veja, o cientista colocará em sua mão esquerda um objeto qualquer – como, por exemplo, uma chave. Sua tarefa será apenas senti-la por meio do tato. E, em seguida, deverá dizer ao pesquisador o nome do objeto que você identificou.

Pessoas ditas normais não teriam problema algum em realizar esse teste. As informações táteis captadas pela mão esquerda são enviadas ao hemisfério direito do cérebro. Mas, para que se possa expressar verbalmente a ideia de que é uma chave, a informação terá de ser transferida do hemisfério direito – que recebeu os estímulos – para o hemisfério esquerdo – o responsável pela linguagem. Essa comunicação é feita principalmente por meio de uma estrutura cerebral que os cientistas chamam de corpo caloso: um conjunto compacto de fibras nervosas que funcionam como verdadeiros ‘cabos’ de transmissão entre os dois hemisférios.

Acontece que algumas raras pessoas já nascem sem essa estrutura – quadro conhecido como disgenesia do corpo caloso. Outras sofrem sua interrupção cirúrgica, em uma operação chamada de calosotomia – em geral para tratamento de casos graves de epilepsia.

A ausência do corpo caloso impede a comunicação eficaz entre os dois hemisférios do cérebro. E, pela lógica, pacientes que já nasceram sem essa estrutura deveriam apresentar essa incapacidade.

Mas algo parecia não fazer sentido. Pois pacientes cujo corpo caloso é retirado cirurgicamente são, normalmente, incapazes de realizar com sucesso o teste neuropsicológico proposto no segundo parágrafo. E o motivo é um tanto óbvio: a ausência do corpo caloso impede a comunicação eficaz entre os dois hemisférios do cérebro. E, pela lógica, pacientes que já nasceram sem essa estrutura também deveriam apresentar a mesma incapacidade. Entretanto, eles realizam o teste de maneira exitosa – de fato, não apresentam dificuldade alguma em reconhecer o objeto. Por quê?


Tal estranheza desafiou gerações de cientistas. E entrou para a literatura como ‘o paradoxo de Sperry’ – pois o fenômeno fora estudado pelo neurocientista estadunidense Roger Sperry (1913-1994), laureado com o Nobel de medicina e fisiologia em 1981.

Após décadas de incertezas e dúvidas, novos dados finalmente esclarecem o intrigante mistério. Os méritos vão para uma dupla brasileira de neurocientistas: Fernanda Tovar-Moll e Roberto Lent, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino, em parceria com uma extensa equipe de colaboradores.

Paradoxo esclarecido

Conexões funcionais (em amarelo) entre os dois hemisférios cerebrais (em azul e vermelho). Em um paciente saudável (A), regiões são conectadas estruturalmente por meio do corpo caloso. Em pacientes nascidos sem essa estrutura (B e C), a conexão é feita por vias alternativas. (imagem: Tovar-Moll et al/ PNAS)

“Sabíamos que os hemisférios de pessoas nascidas sem o corpo caloso se comunicavam de alguma maneira, mas ainda não sabíamos como”, diz Tovar-Moll à CH On-line. “Com técnicas avançadas de mapeamento do cérebro, conseguimos identificar dois feixes anômalos que promovem essa conexão.” Os resultados foram publicados esta semana no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, nos Estados Unidos.

Foram estudados seis pacientes, todos nascidos sem o corpo caloso. Eles tinham entre 6 e 40 anos. Neles, os testes mostraram que a comunicação entre os dois hemisférios era praticamente igual àquela vista em um grupo controle formado por indivíduos normais. “Entre os pacientes nascidos sem o corpo caloso, porém, observamos estruturas de conexão alternativas entre os dois hemisférios”, observa Tovar-Moll. “São estruturas não observadas em pessoas que têm o corpo caloso.”

São dois canais alternativos de comunicação entre os hemisférios. “Eles ligam a região do córtex parietal superior bilateralmente”, detalha a neurocientista. É uma área relacionada, entre outras coisas, ao reconhecimento tátil.

A explicação do fenômeno, diz a pesquisadora, está associada ao que chamamos de plasticidade cerebral.

Reorganização do cérebro

Plasticidade cerebral é uma instigante propriedade do cérebro – segundo a qual ele é capaz de se remodelar, reorganizar e readaptar a novos contextos de acordo com novas necessidades que eventualmente se coloquem em seu caminho.

“Um paciente vitimado por acidente vascular cerebral pode, por exemplo, ter alteração de fala ou linguagem e, meses depois, recuperá-las; e é exatamente a plasticidade cerebral que está por trás disso”, explica Tovar-Moll.

Da mesma forma, quando uma criança nasce sem o corpo caloso, seu cérebro consegue de alguma maneira se remodelar para compensar a ausência dessa estrutura. Essa compensação, acreditam os pesquisadores, acontece ainda durante o desenvolvimento do cérebro.

A imagem mostra, em verde e azul, dois feixes anômalos de comunicação entre os dois hemisférios cerebrais. (imagem: Tovar-Moll et al/ PNAS)
Os autores do novo estudo sugerem que conexões cerebrais nas primeiras fases do desenvolvimento do órgão podem ser radicalmente modificadas – provavelmente em resposta a fatores ambientais ou genéticos –, chegando a formar conexões anômalas alternativas. “É o que chamamos de ‘plasticidade de longa distância’”, diz Tovar-Moll. Diversas doenças mentais podem ser associadas a padrões anormais de conexão entre distintas regiões cerebrais. É por isso que o entendimento mais detalhado desses mecanismos pode oferecer novo horizonte investigativo no tratamento de diversas desordens neurológicas. Curiosidade: esses estudos requerem capacidade computacional elevadíssima. Como reporta o biólogo e jornalista Carl Zimmer, em recente edição da National Geographic, um mapeamento preciso de um único cérebro humano usaria nada menos que 1,3 bilhão de terabytes – metade da capacidade computacional de armazenamento que a humanidade tinha em 2012.

Henrique Kugler
Ciência Hoje On-line

15 de maio de 2014

O QUE HAVIA ANTES DO BIG-BANG?

A explosão que deu origem ao Universo aconteceu bem aí, no lugar onde você está agora. Não é brincadeira, mas um fato científico: no momento do Big Bang todos os lugares estavam no mesmo lugar, ocupando um espaço bem menor que o pingo deste i. Fora desse minipingo não havia nada. E ainda não há. O Universo continua sendo só a parte interna do Big Bang. Não há nada lá fora. Nem tempo: passado, presente e futuro só existem aqui dentro. Difícil de imaginar, mas é a verdade: o dia do seu nascimento, do seu casamento e do seu funeral já estavam de alguma forma impressos naquele pingo de i. E continuam, em algum lugar do tecido cósmico. Fora dele é o "antes do Big Bang" - um limbo fora do alcance da ciência, ou da imaginação. Até por isso a maior parte dos cientistas acha perda de tempo pensar nesse limbo. Mas não faltam pesquisadores com ótimas teorias sobre o que existe lá fora, sobre o que teria acontecido antes de o próprio tempo existir. E essas ideias vêm com um bônus: uma revolução filosófica, capaz de mudar tudo o que você pensava sobre a existência. Seja lá o que for que você pensava.

1. Um outro Universo
No início, tudo estava tão espremido, mas tão espremido, que não tinha tamanho nenhum. O embrião do Universo tinha dimensão zero. É o que chamam de "singularidade". E além da singularidade a ciência não consegue enxergar. O momento em que esse ponto começou a se expandir ficou conhecido como Big Bang. Na verdade, não teve "Bang", porque a expansão não fez barulho - não existe som no vácuo e, pior, essa explosão que foi sem nunca ter sido não aconteceu nem no vácuo, mas em lugar nenhum. Nós estamos dentro dela agora. Desde lá o Universo se propaga como se fosse uma bexiga enchendo num ambiente além da imaginação. Um "lugar" aonde não dá para você ir, porque não existe espaço para o acolher. Você não "cabe" ali. O tempo também não existe lá. Seu relógio ficaria congelado. É o nada total. Absoluto. Rua do Bobos, número zero.

Seja o fim do tempo, seja a singularidade, que comprime toda a existência num espaço de dimensão zero, tudo parece uma abstração sem sentido. Mas não. Para começar, as singularidades existem hoje mesmo. E são mais comuns do que parecem. Há um monte delas acima de nós agora mesmo. Dez milhões só na nossa galáxia. É que você as conhece por outro nome: buracos negros. Esses ralos cósmicos que sugam tudo o que aparece em seu caminho são basicamente pontos onde a força gravitacional é infinita. Para entender melhor um buraco negro, o melhor jeito é aprender a receita para construir um. Primeira parte: pegue 1 milhão de planetas Terra e funda todos eles até formar uma bolona, com massa equivalente à de 3 Sóis. Quanto maior a massa de alguma coisa, maior a gravidade. No caso da nossa bola, ela teria uma força gravitacional tão poderosa que nada teria como ficar em sua superfície sem começar a ser tragado para dentro do solo. Até a própria superfície começaria a ser engolida. Isso realmente acontece com as estrelas gigantes, bem maiores que o Sol, quando elas morrem. Nesse processo digestivo, a bola vai diminuindo de tamanho e fica cada vez mais densa. A força gravitacional também se concentra, puxando mais matéria ainda para o centro da bola. Uma hora a gravidade vai ter sugado tudo. Mas não vai deixar de existir. Será um ponto de dimensão zero. Uma singularidade. Além daí, a ciência não consegue enxergar. Não dá para saber o que acontece "do outro lado" de um buraco negro.

Aliás, perguntar isso é tão absurdo quanto questionar o que havia antes do Big Bang. Por causa do seguinte: grosso modo, quanto maior é a gravidade, menor é a velocidade com que o tempo passa para você. Se pudesse ficar ao lado de um buraco negro sem ser estraçalhado, um segundo ali equivaleria a zilhões de anos para quem ficou na Terra. Caso você entrasse em um e pudesse sair, veria que, lá fora, o Universo já teria acabado, mesmo que tivesse durado para sempre. Um buraco negro é o fim do tempo. Olhe para o céu e fite o centro da galáxia, onde vive mesmo um buraco negro gigante. Você estará vendo um ponto onde o tempo não existe mais.

A semelhança entre o interior de um buraco negro e o Big Bang é tão violenta que qualquer criança se sentiria tentada a dizer que, no fundo, eles são a mesma coisa. Alguns físicos também. É o caso de Lee Smolin, do Perimeter Institute, no Canadá. Diante de tantas coincidências, ele propôs o seguinte no final dos anos 90: que a singularidade de onde viemos era nada menos que a singularidade de um buraco negro de outro Universo. O Big Bang foi o começo do tempo e do espaço, certo? No interior de um buraco negro o tempo e o espaço acabam. A ideia de Smolin, então, é que estamos do outro lado de um buraco que existe em outro Universo. Sendo assim, nosso Cosmos tem um pai, um avô... E filhos, nascidos de seus próprios buracos negros. Segundo Smolin, os universos-filho herdam as características cosmológicas dos universos-pai, mas com pequenas variações. Ele não tirou isso da imaginação, mas da Teoria da Evolução. Darwin mostrou que seres vivos nascem com mutações que podem melhorar ou piorar suas chances de deixar descendentes. Essas variações podem fazer surgir mais buracos negros ou menos dentro do universo-filho. Nisso, os Universos mais aptos - ou seja, os que criam mais buracos negros - se reproduzem mais. E compõem a maior parte da população de Universos. Se Smolin estiver certo, quem olhasse esse conjunto de Universos do lado de fora veria uma grande árvore da vida, como as que decoram esta página. Uma boa teoria para o que havia antes do Big Bang. Mas ela não responde o que teria dado origem ao suposto "primeiro universo". Para isso, temos que ir mais longe. Ao item 2.

2. Choque de titãs

Com vocês, a Teoria das Supercordas. Resumindo bem, ela diz o seguinte: todas as partículas fundamentais (as indivisíveis, que compõe o átomo) são cordinhas vibrantes. Se vibram em um certo "tom", dão origem a um tipo de partícula - um elétron, por exemplo. Em outro tom, geram um quark... E por aí vai. Até compor o punhado de partículas que forma todo tipo de matéria e energia que há por aí. Para que isso aconteça, segundo a teoria, as cordas precisam vibrar em mais dimensões do que as 3 de espaço que conhecemos, caso contrário não atingem os tons que eles imaginam. E esse é o ponto: a teoria das cordas abre as portas para dimensões extras. No finalzinho do século 20, cientistas partidários da teoria propuseram um novo modelo para o Big Bang com base nessa ideia de outras dimensões. Funciona assim: antes da grande explosão, o que havia eram espaços tridimensionais vagando sem nada dentro numa 4ª dimensão. Imagine os dados aí em cima como se eles fossem esses espaços - ou "membranas 3D", como chamam os físicos. Eles vivem uns ao lado dos outros, no condomínio tranquilo da 4ª dimensão. Ninguém interfere na vida de ninguém, já que todos têm seu espaço tridimensional próprio. (cada um no seu cubo, hehe). Mas, de tempos em tempos, acontece um evento de dimensões cósmicas: esses espaços se trombam. A batida enche de energia o ponto da colisão. E ele explode em todas as direções dentro de uma das membranas 3D. Seria basicamente o que conhecemos como Big Bang.

Mas nesse caso ele não teria vindo do nada. Seria o filhote de um choque de titãs cósmicos. Isso torna a origem de tudo um evento tão banal quanto um tropeção, possível de acontecer a qualquer momento. O problema: comprovar a existência das dimensões extras é hoje tão impossível quanto saber o que acontece dentro de um buraco negro. Como diz o físico Paul Davies: "Talvez os teóricos das cordas tenham tropeçado no santo graal da ciência. Mas talvez eles estejam todos perdidos para sempre na Terra do Nunca". Hora de ir para uma terra ainda mais misteriosa.

3. País das maravilhas

Há chances de um evento bizarro acontecer neste momento: a SUPER atravessar o seu crânio. Isso é uma afirmação séria, da teoria científica mais comprovada - e mais difícil de entender - de todos os tempos: a física quântica. Apesar de ostentar o título de teoria mais esquisita e anti-intuitiva já concebida pela ciência, a física quântica ganha em exatidão de qualquer outra. Se o objetivo é descrever o comportamento de zilhares de partículas subatômicas fervilhando freneticamente a uma temperatura 10 trilhões de trilhões de vezes superior à do Sol, é quase impossível não usá-la. Ela funciona como uma espécie de superzoom em espaços menores que o núcleo de um átomo. Mas, às vezes, tem um efeito tão devastador quanto uma câmera de alta definição em um rosto cheio de rugas: revela todos os detalhes "deselegantes" que se escondem no interior da matéria. No mundo quântico, partículas surgem do nada e desaparecem. Esse micromundo é oscilante, assimétrico, caótico, descontínuo, imprevisível. Uma terra sem lei. Ou melhor, uma terra com uma única lei: a da probabilidade. Por isso, existe uma probabilidade não apenas de a SUPER atravessar sua cabeça mas de qualquer coisa acontecer. Um elefante aparecer na sua cozinha, por exemplo. Elefantes só não se materializam em cozinhas porque os efeitos quânticos acabam diluídos no mundo macroscópico. Muitas partículas teriam que surgir do nada, e em sincronia, para formar um elefante! É algo tão improvável que não merece consideração.

Mas imagine o seguinte: o Universo inteiro é um megacassino onde cada partícula subatômica é uma roleta girando. Para ganhar algo no cassino, é preciso que, em um pedacinho do Cosmos, todas as roletas - e haja roleta: há 1 seguido de 100 zeros partículas no Universo! - tirem o mesmo número. Completamente impossível, não? A resposta seria sim, não fosse um detalhe importante: estamos tratando de escalas de tempo bem maiores que os 13,7 bilhões de anos do nosso Universo. Segundo os teóricos da física quântica, dependendo do tempo que se passa jogando, é possível que o resultado das roletas da flutuação quântica gere algo surreal: uma bolha de matéria e espaço que se expande rapidamente até se desprender do tecido original. Ou seja, acontece um Big Bang. Se as roletas quânticas derem sorte no novo Universo, nasce outro dentro dele. E assim, basicamente ao acaso, vão pipocando Universos, cada um confinado às próprias dimensões de tempo e espaço. Tudo isso soa esquizofrênico, é fato. Como assim partículas que somem, reaparecem e oscilam sem parar? O que causa isso nelas? Com a palavra, o físico David Deutsche: "Infinitos universos paralelos". Segundo ele, a interação com partículas de outros Universos na escala subatômica é a única explicação plausível para a espécie de chilique eterno que assola o mundo quântico. O que havia antes do chilique? Deutsche não arrisca uma resposta. O que ele e outros físicos fazem é buscar sentido para a ideia dos Universos paralelos. E chegaram a uma hipótese insana: a de que vivemos neles. Assim: neste Universo você continuará lendo este texto daqui a um minuto. Num Universo paralelo, você achará melhor ir tomar um café. Aí, no momento que você decide se vai se levantar ou continuar lendo, sua consciência vai para o Universo que contém a realidade escolhida. Uau. Bom, só esperamos que, em algum lugar, exista um Universo com a resposta definitiva para o que havia antes do Big Bang. Mas cuidado: ela pode ser aterradora também. Como a do item 4.

4. Uma máquina
O Universo tem prazo de validade. Em alguns trilhões de anos, todas as estrelas vão ter se apagado. E tudo será um breu. Isso coloca uma questão: o que nossos descendentes vão fazer para escapar desse fim? A única resposta: construir um novo Universo, artificial. Uma simulação estilo Matrix, em outro tempo e outro espaço. Mas espera aí: e se já estivermos num Universo artificial agora? É que de duas uma: ou somos a primeira civilização inteligente e vamos construir nosso simulador de Universo um dia ou já estamos em um, feito em algum Cosmos que precedeu o nosso. "A probabilidade de estarmos vivendo dentro de uma simulação é próxima de 100%", diz o filósofo Nick Bostrom, da Universidade de Oxford. Mas fica o conselho dele: "Qualquer um que mude a vida por causa disso se tornará um maluco solitário". Tão maluco e solitário quanto este sujeito, o nosso Universo.

Para saber mais

Mundos Paralelos
Mitchio Kaku, editora Rocco, 2009.

O Tecido do Cosmos
Brian Greene, editora Companhia das Letras, 2007.

13 de maio de 2014

PLANTAS QUE ABSORVEM METAIS

Cientistas da Universidade das Filipinas, Los Baños ter descoberto uma nova espécie de planta com um estilo de vida incomum - ele come níquel para a vida - a acumular até 18.000 ppm do metal em suas folhas sem que ele próprio sendo envenenado, diz o professor Fernando Edwino, chumbo autor do relatório. Tal quantia é de cem a mil vezes maior do que na maioria das outras plantas. O estudo foi publicado na revista de acesso aberto PhytoKeys .

Esta foto mostra a planta que se alimentam de metal, Rinorea niccolifera, em seu habitat natural.

Crédito: Dr. Edwino S. Fernando

A nova espécie é chamado Rinorea niccolifera, refletindo sua capacidade de absorver níquel em quantidades muito elevadas. Nickel hiper é um fenômeno tão raro com apenas cerca de 0,5-1% de espécies de plantas nativas para solos ricos em níquel tendo sido gravado para expor a habilidade. Em todo o mundo, apenas cerca de 450 espécies são conhecidas com esta característica incomum, que ainda é uma pequena parte dos cerca de 300 mil espécies de plantas vasculares.

A nova espécie, de acordo com o Dr. Marilyn Quimado, um dos cientistas de chumbo da equipa de investigação, foi descoberto na parte ocidental da ilha de Luzon, nas Filipinas, uma área conhecida por solos ricos em metais pesados.
Esta foto mostra a planta que se alimentam de metal recém-descritas, Rinorea niccolifera.


Crédito: Dr. Edwino S. Fernando


"Plantas Hyperacccumulator tem grande potencial para o desenvolvimento de tecnologias verdes, por exemplo," fitorremediação "e" fito-mineração ", explica o Dr. Agostinho Doronila da Escola de Química da Universidade de Melbourne, que também é co-autor do relatório.

Fitoremediação refere-se à utilização de plantas hyperacccumulator para remover metais pesados ​​em solos contaminados. Fito-mineração, por outro lado, é a utilização de plantas hyperacccumulator a crescer e a colheita, a fim de recuperar os metais comercialmente valiosas em mudas de plantas a partir de locais ricos em metais.

Contactos e fontes:
Dr. Edwino S. Fernando
Pensoft Publishers

Os levantamentos de campo e trabalho de laboratório dos cientistas são parte do projeto de pesquisa financiado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia - Conselho Filipino de Indústria, Energia e Tecnologia Emergente de Pesquisa e Desenvolvimento (DOST-PCIEERD).

Fonte

12 de maio de 2014

CIENTISTAS CRIAM NOVAS FORMAS DE VIDA, COM ADIÇÃO DE PARES DE BASES DE DNA

Cientistas do Scripps Research Institute (TSRI) projetaram uma bactéria cujo material genético inclui um par adicional de DNA "letras" (bases) não encontrada na natureza.

A pesquisa teve como objetivo criar novas proteínas - e até mesmo novos organismos - que nunca existiram antes.

"A vida na Terra em toda sua diversidade é codificada por apenas dois pares de bases de DNA, AT e CG, e o que fizemos é um organismo que contém de forma estável os dois mais um terceiro par, não natural de bases", disse TSRI Professor Associado Floyd E. Romesberg , que liderou a equipe de pesquisa.

"Isso mostra que outras soluções para o armazenamento de informações é possível e, é claro, nos leva mais perto de uma biologia-DNA expandida que terá muitas aplicações interessantes -. De novos medicamentos para novos tipos de nanotecnologia"

O relatório sobre a realização aparece 7 de maio de 2014, em uma publicação on-line antes da revista Nature .

Como engenheiro de vida sintética

A equipe sintetizado um segmento de DNA circular conhecida como um plasmídeo e inserido nas células da bactéria comum E. coli . O DNA plasmídeo continha os pares naturais AT e CG de base, juntamente com o novo par de bases não-natural que o laboratório de Romesberg havia descoberto: duas moléculas conhecidas como d5SICS e DNAM.

O objetivo: obter a E. coli células para replicar esse DNA semi-sintético o mais normalmente possível. Para isso, os pesquisadores tiveram que primeiro fornecer os blocos de construção molecular artificial, adicionando-os à solução de fluido fora da célula.

Então, para obter os blocos de construção, conhecida como trifosfatos de nucleósidos, para dentro das células, eles tiveram que encontrar moléculas transportadoras especiais trifosfato que fazer o trabalho. Para isso, eles usaram uma espécie de microalgas, que poderiam importar os trifosfatos não naturais.

A equipe descobriu, um pouco para sua surpresa, que o plasmídeo semi-sintético replicado com velocidade razoável e precisão, não prejudicou muito o crescimento da E. coli células, e não mostrou nenhum sinal de perder os seus pares de bases não-naturais para os mecanismos de reparo do DNA.

O próximo passo será demonstrar a transcrição na célula do novo, expandiu-alfabeto DNA para o RNA, que alimenta a máquina de tomada de proteína das células. "Em princípio, poderíamos codificar novas proteínas produzidas a partir de novos aminoácidos não-naturais - o que nos daria mais poder do que nunca para adequar as terapias protéicas e de diagnósticos e reagentes de laboratório para ter funções desejadas", disse Romesberg. "Outras aplicações, como os nanomateriais, também são possíveis."

E sobre os riscos de uma forma de vida nova em fuga? De acordo com Denis A. Malyshev, membro do laboratório Romesberg que foi o principal autor do novo relatório, "as novas bases só pode entrar na célula, se ligar a proteína 'transportador base'. Sem esse transportador ou quando novas bases não são fornecidos, a célula irá reverter para A, T, G, C, e as d5SICS e DNAM desaparecerá do genoma. "

Outros contribuintes para o papel, "Um organismo semi-sintético com um alfabeto genético expandido," foram Kirandeep Dhami, Thomas Lavergne e Tingjian Chen de TSRI e Nan Dai, Jeremy M. Foster e Ivan R. Corrêa Jr. de New England Biolabs , Inc.

A pesquisa foi financiada em parte pelo National Institutes of Health.

Resumo na Natureza

Os organismos são definidos pela informação codificada no seu genoma, e uma vez que a origem da vida essa informação foi codificada usando um alfabeto genético de dois pares de bases (A-T e G-C). In vitro , o alfabeto foi expandido para incluem diversos pares de bases não naturais (UBPs). Nós desenvolvemos uma classe de UBPs formados entre os nucleótidos rolamento nucleobases hidrofóbicos, exemplificados pelo par formado entre d5SICS e DNAM (d5SICS-DNAM), que é eficientemente amplificado por PCR e transcritos in vitro , e cujo único mecanismo de replicação foi caracterizado. No entanto, a expansão do alfabeto genético de um organismo apresenta novos e inéditos desafios: os trifosfatos de nucleósidos não naturais devem estar disponíveis dentro da célula; polimerases endógenas deve ser capaz de utilizar os trifosfatos não naturais de reproduzir fielmente DNA contendo o UBP dentro do meio celular complexa; e, finalmente, o UBP deve ser estável na presença de vias que mantêm a integridade do DNA. Aqui mostra-se que uma forma exógena expressa algas nucleótido trifosfato transportador importa eficientemente os trifosfatos de ambos d5SICS e DNAM (d5SICSTP e dNaMTP) em Escherichia coli , e que a maquinaria de replicação endógena utiliza-los para replicar com precisão um plasmídeo contendo d5SICS-DNAM. Nem a presença dos trifosfatos não naturais ou a replicação do UBP introduz uma carga crescimento notável. Por fim, descobrimos que o UBP não é eficientemente extirpado por vias de reparo de DNA. Assim, a bactéria resultante é o primeiro organismo a propagar de forma estável um alfabeto genético expandido.


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Desperte para a regeneração da alma e do próprio corpo físico, começando por se desintoxicar daquilo que desequilibra a tua saúde física. Depure e purifique teus pensamentos, olhando mais para o Sol da verdade, do que para as nuvens da ignorância. Quem se faz luz não teme a escuridão, nem nevoeiros passageiros. Sabe que tudo que não for essencialmente divino, passa e se transmuta. Sendo assim, transmute-se!