[...] Cada som nasce no silêncio e morre no silêncio. Sua curta duração é cercada pelo silêncio. O silêncio torna possível que o som aconteça. É uma parte intrínseca mas não manifesta de cada som, nota musical, melodia ou palavra. A "fonte de tudo" está presente neste mundo como silêncio. Essa é a razão pela qual dizem que nada neste mundo é tão parecido com Deus quanto o silêncio. Só o que temos de fazer é prestar atenção a ele. Mesmo durante uma conversa, fique consciente dos espaços entre as palavras, dos curtos espaços de silêncio entre as frases. Ao fazer isso, uma dimensão de serenidade cresce dentro de você. Não conseguimos prestar atenção ao silêncio sem que, ao mesmo tempo, estejamos serenos em nosso interior. O silêncio está do lado de fora e a serenidade, dentro de nós. Do mesmo modo que o som não pode existir sem o silêncio, nenhuma coisa pode existir sem o nada, sem o espaço vazio. Cada objeto material ou cada corpo veio do nada, é cercado pelo nada e vai voltar para o nada. Até mesmo no interior de cada corpo físico existe muito mais “nada” do que “algo”. Os físicos nos dizem que a solidez da matéria é uma ilusão. Até a matéria aparentemente sólida, como o nosso corpo, é quase 100 por cento espaço vazio, tão grandes são as distâncias entre os átomos em comparação com o tamanho deles. Além disso, mesmo no interior de cada átomo, a maior parte é de espaço vazio. Então o que resta? Nada ou quase nada! O que resta é muito mais frequência vibracional do que partículas de matéria sólida.
“Forma é o vazio, o vazio é forma”, afirma o Sutra do Coração, um dos mais antigos e conhecidos textos budistas.
A essência de todas as coisas é o silêncio, o vazio. [...]
(Eckhart Tolle)
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